As pragas urbanas transmitem diversas doenças; Gleison Pinheiro, diretor da Delta Dedetização, explica as diferenças entre dedetização residencial, industrial e hospitalar
“As principais diferenças […] estão relacionadas aos ambientes em que são realizadas, às pragas-alvo e aos protocolos de segurança envolvidos”
Baratas, caramujos, escorpiões, formigas, morcegos, moscas, pernilongos, pombos e ratos têm muitas coisas em comum: todos são considerados pragas urbanas, dividem as cidades com os seres humanos e agem como vetores de diversas doenças.
As baratas podem transmitir doenças causadas por bactérias, como a furunculose, hanseníase, tuberculose, poliomielite e diarréia, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
Já o contato com caramujos, por sua vez, pode levar a meningite eosinofílica, causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis, além de angiostrongilíase abdominal, causada pela parasite Angiostrongylus costaricensis, como mostra a publicação da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (AL).
Os mosquitos são transmissores de uma série de vírus causadores de doenças arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, e os ratos, por seu turno, transmitem leptospirose – doença causada pela bactéria Leptospira, transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de roedores.
Gleison Pinheiro, diretor da Delta Dedetização, empresa que presta serviços de dedetização em São Paulo (SP), conta que todos os imóveis situados em centros urbanos devem ser dedetizados, mas as técnicas e produtos mudam de acordo com cada ambiente.
“As principais diferenças entre a dedetização residencial, industrial e hospitalar estão relacionadas aos ambientes em que são realizadas, às pragas-alvo e aos protocolos de segurança envolvidos”, explica Pinheiro.
A seguir, ele destaca as principais características de cada tipo de dedetização:
Dedetização Residencial: geralmente, são utilizados produtos químicos de baixa toxicidade, aprovados para uso em casas e apartamentos. Os produtos podem incluir aerossóis, iscas, gelicidas, inseticidas líquidos de uso doméstico e outros produtos de controle de pragas adequados para ambientes habitados.
Dedetização Industrial: em ambientes industriais, pode ser necessário o uso de produtos mais potentes e específicos para pragas encontradas em instalações de produção, armazenamento e distribuição. Esses produtos podem incluir inseticidas em pó, aerossóis de longa duração, tratamentos químicos de superfície e outros produtos adaptados às necessidades industriais.
Dedetização Hospitalar: em ambientes hospitalares, é necessário utilizar produtos de controle de pragas que sejam seguros para pacientes, funcionários e equipamentos médicos sensíveis. Geralmente, são produtos de baixa toxicidade, com foco na eficácia contra pragas que podem representar riscos à saúde. Pode haver a necessidade de seguir regulamentos e padrões específicos para produtos utilizados em instalações de saúde.
Periodicidade também muda na hora da Dedetização
Segundo o diretor da Delta Dedetização, é preciso ficar atento, pois a periodicidade também varia de acordo com cada tipo de dedetização:
Dedetização Residencial: a periodicidade da dedetização residencial pode variar dependendo do nível de infestação, localização geográfica, histórico de pragas e preferências pessoais. Via de regra, recomenda-se realizar tratamentos preventivos anuais ou a cada seis meses, embora casos específicos possam exigir intervenções mais frequentes.
Dedetização Industrial: a periodicidade da dedetização industrial depende das necessidades do ambiente e dos regulamentos aplicáveis. Em muitos casos, os tratamentos são realizados de forma programada e regular, com intervalos pré-determinados, levando em consideração o tipo de indústria, as normas de segurança e os requisitos específicos de controle de pragas.
Dedetização Hospitalar: normalmente, os hospitais seguem um programa de controle de pragas que inclui inspeções periódicas, monitoramento contínuo e ações corretivas quando necessário. A frequência das dedetizações pode variar de trimestral a semestral, dependendo do risco de infestação, histórico de pragas, tamanho e complexidade do hospital, além das recomendações de órgãos reguladores de saúde.